Distimia: quando o mau humor e a tristeza viram depressão?
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Todo mundo conhece alguém que tem um mau humor permanente, um estado de pessimismo e baixa estima constante. Mas o que parece ser apenas um traço de personalidade pode ser, na verdade, um tipo de depressão muito importante, chamado de Distimia.
A distimia, ou transtorno depressivo persistente, é caracterizado pela irritabilidade frequente e um estado permanente de tristeza e desinteresse, por um tempo superior a 2 anos. Afeta de 3% a 5% da população mundial e, por ser um tipo de depressão, o acompanhamento médico e psicológico é altamente indicado.
A distimia afeta entre 3% a 5% da população mundial – aproximadamente 180 milhões de pessoas. O distúrbio afeta ambos os sexos, mas nas mulheres a incidência da distimia é ligeiramente maior.
No Brasil, estima-se que o transtorno afeta entre 5 e 11 milhões de pessoas, segundo a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA).
“Ah, ela sempre foi assim, mal-humorada, mesmo.”
É justamente por por ser confundido como mero “traço de personalidade” que muitas vezes as pessoas que enfrentam esta doença não sabem que têm tal problema, o que leva à falta de tratamento.
A distimia é, na verdade, um transtorno do humor, uma depressão crônica e persistente, mais leve que o Transtorno Depressivo Maior, mas com duração muito mais longa. A distimia pode começar ainda na infância e persistir por longos períodos, anos e até décadas. É contínua, não ocorre em episódios.
O psicólogo Edgar Yamaguchi, parceiro do portal Nossos Psicólogos na região do Morumbi, em São Paulo, destaca que o “paciente distímico sofre em silêncio por muito tempo e acaba se acostumando à condição ou ao rótulo de rabugento, crítico ou mal-humorado, sem perceber que, na verdade, tem uma forma de depressão. Para ele, tudo é cinza, nada está bom”.
“Os pacientes com distimia muitas vezes relatam que não se lembram de períodos nos quais não se sentiram deprimidos, mesmo que consigam levar a vida de maneira relativamente normal. Ao considerar esta condição como normal, acabam levando muito mais tempo para procurar tratamento adequado.”
A distimia, quando não tratada, gera um grande prejuízo pessoal e pode se transformar numa forma mais grave de depressão. Neste caso, a pessoa desenvolve a chamada “depressão dupla”: junto com a Distimia, ela sofre de episódios de Depressão Maior. Quando isso acontece, é preciso tratar as duas formas da doença.
É importante lembrar que a depressão está diretamente ligada ao aumento da propensão ao alcoolismo e suicídio. Segundo a OMS o Brasil é hoje o 4º país com a maior incidência mundial de casos de depressão.
Sinais da Distimia, ou Transtorno Depressivo Persistente
“A irritabilidade é o principal sintoma da distimia. Mas há também outros sinais, que precisam ser observados com atenção”, destaca Edgar Yamaguchi.
As pessoas com distimia costumam evitar eventos sociais, e têm desempenho abaixo de sua capacidade no trabalho, na escola e nas atividades corriqueiras da vida, pois, geralmente, têm dificuldades de concentração. São pessimistas e facilmente desencorajáveis, têm dificuldade em completar tarefas e visivelmente mal-humorados.
Principais sintomas da Distimia
1. Humor deprimido ou mau humor persistente
2. Pensamentos negativos frequentes
3. Cansaço e falta de energia
4. Isolamento social
5. Sensação de desamparo
6. Dificuldade de concentração
7. Dificuldade na tomada de decisões
8. Baixa autoestima
9. Alterações no sono e no apetitite
10. Tendência ao uso de drogas ilícitas e abuso de álcool, cigarro e tranquilizantes
Mudar hábitos pode melhorar o dia a dia
Além do acompanhamento com psicólogo e psiquiatra, existem vários hábitos que o paciente com distimia pode adotar para melhorar seu dia a dia. Veja abaixo alguns deles.
1. Pratique atividade física durante o dia, de preferência ao ar livre
A atividade física, estimula a produção de serotonina, um hormônio que causa sensação de bem estar e ajuda a manter o bom humor.
A luminosidade do sol também aumenta a produção de serotonina e reduz a produção de melatonina, o hormônio do sono – que é bem vindo à noite, mas que durante o dia causa sonolência e relaxamento, podendo acentuar a sensação de cansaço e desânimo, característicos de quem sofre com a distimia.
2. Não fume nem beba
O álcool gera em um primeiro momento a sensação de relaxamento e desinibição. Porém, o efeito é breve e os danos duradouros. A ansiedade e a irritabilidade sempre voltam.
O cigarro causa doenças cardiovasculares e pulmonares, que levam à piora da saúde e podem agravar quadros de ansiedade e depressão.
3. Pratique meditação
Meditar por meia hora pode gerar muitos benefícios. Entre eles, redução da pressão arterial, aumento da produção de serotonina e melhora da criatividade.
Se puder, pratique meditação na natureza. É ainda melhor e mais revigorante!
4. Durma pelo menos 8 horas por noite
Estar em dia com o sono é fundamental para a manutenção do humor e da saúde. O sono revigorante ocorre entre 23h e 3h da madrugada.
Antes de dormir, prefira atividades relaxantes e músicas calmas. Evite agitação!
Procure dormir no escuro para estimular a produção de melatonina – aqui, sim, adequada para o que você quer: sentir sono e descansar bem.
5. Lembre-se de beber água
Fique atento à sua sede e tome água ao longo do dia. Manter-se bem hidratado ajuda a deixar o corpo mais equilibrado e aumenta a sensação de bem estar.
Chás como o de maracujá e o de camomila podem ajudar a relaxar e a reduzir a ansiedade, ao mesmo tempo em que hidratam seu corpo.
6. Beba café com moderação
O café pode ser um bom estimulante para quando se está sonolento. Porém, quando ingerido de forma excessiva, pode causar agitação, aumentar a ansiedade e levar à falta de sono.
Por isso, tome café (e chás pretos, que também contêm cafeína) com moderação, especialmente à noite.
Distimia tem tratamento?
Sim, a distimia pode e deve ser tratada. A melhor indicação é a abordagem multidisciplinar, envolvendo a psicoterapia associada a um tratamento psiquiátrico. Quando prescrito, o uso complementar de antidepressivos pode eliminar os sintomas distímicos. Também é importante passar pela avaliação de um clínico geral para avaliar a existência de alguma doença física, que possa eventualmente agravar os sintomas da distimia.
É muito importante estar atento aos sinais. A irritabilidade, tristeza e as várias queixas físicas, como cansaço, dificuldade para dormir e dores no corpo, muitas vezes são ignoradas e atrasam o acesso a um tratamento que poderia melhorar muito a qualidade de vida da pessoa que sofre com a distimia.
O psicólogo Edgar Yamaguchi destaca que “muitas pessoas acham que, por terem sido sempre desta forma, o estado é normal. Não é. Distimia é uma forma importante de depressão, uma doença tratável, que deve ser levada a sério”.
A ciência pode ser nossa melhor aliada: está a nossa disposição e devemos recorrer a ela para tornarmos a nossa vida melhor e mais feliz.
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Psicólogo – CRP 06/117.872 | Morumbi, São Paulo – SP
Psicológo Clínico e Neuropsicólogo pelo Hospital Israelita Albert Eistein.
Experiência em psicologia hospitalar, psicofarmacologia, cuidados paliativos, transtornos alimentares, depressão, entre outros temas ligados à saúde mental.
Cursos de especialização pelo Hospital Israelita Albert Eistein, PUC-SP e Instituto de Psiquatria do Hospital da Clínicas da USP.
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