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Nomofobia: 10 sinais de que você está “viciado” em internet

5/04/2018 | Psicologia

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Falar em vício em redes sociais e em tecnologia, para alguns, pode parecer um exagero. Afinal, quem hoje não está on-line boa parte do dia, trabalhando, conversando com amigos e familiares, lendo as últimas notícias, jogando, ouvindo música ou assistindo filmes?

A internet tem mudado os hábitos, as formas de comunicação e a maneira de se relacionar das pessoas de todas as classes sociais. Segundo a Anatel o Brasil terminou janeiro de 2018 com 236,2 milhões de linhas de celulares ativas, o que significa que o país já tem mais de 1 aparelho celular por habitante.

É justamente este acesso fácil à tecnologia que tem levado muitas pessoas a um comportamento difícil de controlar: o vício em redes sociais e tecnologia, especialmente entre aqueles que já nasceram em meio a esta realidade, na qual estar desconectado é a exceção, não a regra.

Este recém-descoberto problema foi batizado de IAD (Internet Addiction Disorder), ou Distúrbio do Vício em Internet, que é a dependência em tecnologia. Embora seja comportamental, é uma condição que, para algumas pessoas, causa a mesma sensação de necessidade, fissura e abstinência que a dependência química.

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Nomofobia. O que é?

Nomofobia (do inglês “no mobile fobia“) é o medo irracional de estar sem o aparelho celular (ou de ficar sem conexão à internet). É a “dependência digital”, uma condição que gera forte angústia e que tem consequências psíquicas, sociais e até físicas. Pode ser considerada uma perturbação mental dos tempos modernos. Este medo de ficar sem o celular pode estar relacionado a outros transtornos, como o de ansiedade, pânico, obsessão compulsiva e fobia social.

Entre os sintomas mais comuns do vício em redes sociais e tecnologia estão a ansiedade e o mal-estar de perder o telefone, ficar sem bateria ou de precisar estar em alguma área sem cobertura de internet ou Wi-Fi. Alguns chegam a manifestar sintomas de ataque de pânico, como tremores, tontura, falta de ar e aceleração do batimento cardíaco. É um quadro muito semelhante até mesmo à abstinência em um dependente químico.

Então a internet é uma vilã?

O problema não é a internet, nem os games, nem os aparelhos. Segundo ela, o problema não está no uso em si, mas no abuso, no excesso.

O uso da internet tem uma dualidade: se de um lado ela aproxima as pessoas que estão mais distantes, de outro pode criar um distanciamento onde não havia.

Parece que algumas pessoas foram “engolidas” pela virtualidade, chegando ao ponto de não conseguirem mais se aproximar de outras pessoas. Olhar nos olhos, ou até mesmo de falar com espontaneidade em ambientes sociais, tornou-se um desafio tão grande, que alguns simplesmente evitam o contato social.

Embora a sociedade tenha acolhido os avanços tecnológicos e seus inegáveis benefícios, cada vez mais vemos os jovens em frente à tela de um computador ou de um aparelho celular, fechados por horas seguidas em seus quartos, com dificuldade em se socializar.

Nesta fase da vida, alguns não conseguem controlar seus impulsos, por isso exageram e podem apresentar sintomas de depressão muito precocemente.

Alerta máximo

Os pais andam preocupados com os riscos a que seus filhos estão expostos no mundo on-line. Então, segurem-se: os perigos são relevantes! Com a internet, aumentaram as violações contra os direitos infanto-juvenis. Conteúdos impróprios contendo violência, racismo, ideais extremistas e pornografia são muito acessíveis.

E, para piorar, também é fácil estabelecer contato com pessoas perigosas, que fingem ser outras pessoas, ou até mesmo colegas mal-intencionados. Os abusadores, ou aliciadores sexuais, normalmente têm acesso ao perfil dos jovens e se passam por “amigos” para, então, convidá-los para um “jogo sexual”.

“Os jovens hoje desfrutam de um grau de privacidade nunca vivido por seus pais. Eles conseguem falar de forma absolutamente privada com quem queiram, no momento em que desejem, sem deixar qualquer rastro facilmente identificável. Torna-se muito difícil conseguir acompanhar de perto os passos desses jovens na internet”, lembra Liza Wajsbrot, psicóloga do portal Nossos Psicólogos.

Pesquisa da TIC Kids Online, divulgada no final de 2017, revela que 1 em cada 10 adolescentes entre 11 e 17 anos já teve contato com conteúdos sobre formas para cometer o suicídio e usar drogas; 13% dizem já ter acessado conteúdo sobre maneiras de machucar o próprio corpo e 20% pesquisaram como poderiam fazer para ficarem muito magros. Outro dado alarmante é que cerca de 15% dos jovens já viram conteúdo sexual na internet e parte deles relatou sentir incômodo, após assistir cenas de sexo violento.

A liberdade de ver qualquer coisa on-line e a possibilidade de conversar às escondidas podem fazer o jovem ter acesso a conteúdos para os quais não talvez tenha maturidade. Isto pode causar danos emocionais, acelerando etapas que não precisariam ser aceleradas e até colocando-o em risco de ser vítima de abusos.

Liza Wajsbrot

Psicóloga - CRP 06/64.182

10 sinais que indicam vício em redes sociais e internet

O problema aparece quando as pessoas deixam suas relações e sua capacidade de comunicação exclusivamente baseadas em tecnologia, e quando, por causa dela, se isolam e aumentam seus níveis de ansiedade.

Veja abaixo alguns sinais de que você pode estar desenvolvendo um vício em redes sociais e internet:

1. Muito tempo on-line

Permanecer on-line por mais de 12 horas, acessar mais de 60 vezes as redes sociais ou ficar muitas horas seguidas em frente ao videogame.

2. Deixar de cumprir com responsabilidades

Perder a noção do tempo e dos compromissos quando está conectado, não conseguindo sair, mesmo sabendo que precisa.

3. Irritabilidade e Ansiedade

Você se sente irritado e ansioso quando precisa reduzir seu tempo de uso ou quando não pode entrar na internet.

4. Até na cama

Conferir as últimas atualizações nas redes sociais, na cama, à noite antes de dormir, e de manhã, antes mesmo de se levantar.

5. “Sem Wi-Fi?! Não!”

Recusar-se a fazer uma viagem ou ficar em um local que não tenha acesso à internet, mesmo que seja apenas por um fim de semana ou poucas horas.

6. O quarto ao lado é longe demais

Comunicar-se via WhatsApp com pessoas que estão na mesma casa é sinal de distanciamento e mostra que interagir com pessoas tornou-se tedioso ou cansativo.

7. Comprometer as relações

Afetar as relações afetivas, pessoais, familiares e a vida profissional e acadêmica devido ao uso excessivo da internet. Estar ainda exposto a sofrer bullying, exclusão social, frustrações profissionais, dificuldades no casamento e até mesmo problemas financeiros.

8. Colocar a vida no “piloto automático”

Agir com automação em atividades rotineiras, que deveriam ter seu espaço no cotidiano: deixar de comer, ou comer sem nem perceber, abrir mão de hábitos de higiene (tomar banho, escovar os dentes, etc), não estudar ou até mesmo perder o emprego.

9. “Me arruma uma tomada?”

Sentir ansiedade e real insegurança quando está sem os aparelhos, quando a bateria está acabando ou quando está sem bateria.

10. “Internet é vida”. Literalmente.

Sentir-se triste, ansioso ou deprimido a maior parte do tempo, sem motivação para fazer nada não relacionado à internet. Estar cada vez mais solitário e “caseiro”.

Mundo virtual, mas problemas físicos reais

O uso excessivo dos aparelhos celulares pode causar problemas físicos importantes. Os movimentos repetitivos e constantes feitos especialmente pelos polegares, durante a digitação, podem causar sobrecarrega nos tendões das mãos e pulsos, gerando inflamação e tendinite. Dores no pescoço, ombros e coluna, causadas pela posição baixa da cabeça, também são comuns.

Esta dependência em manter-se conectado pode levar as pessoas a um estado de completa negligência com suas necessidades físicas e gerar situações realmente extremas, que podem resultar até em morte. Ao redor do mundo, já foram relatados casos de mortes de pessoas que passaram muitas horas sentadas, sofrendo de dores físicas, indo pouquíssimo ao banheiro, consumindo quase nada de água e de alimentos, para não terem que largar a internet.

Visão encurtada para um mundo pequeno demais

Os problemas de visão são mais uma preocupação para quem mostra sinal de ter vício em redes sociais e passa muitas horas usando os aparelhos eletrônicos. Um estudo publicado nos EUA no final de 2010, mostrou que a incidência de miopia na população em geral havia aumentado de 25% (nos anos 70) para 42% (entre 1999 e 2004). Na época, este aumento foi creditado à rotina nos escritórios e ao hábito de passar muitas horas com a visão focada em objetos mais próximos, o que poderia prejudicar a visão à distância.

O uso de smartphones começou por volta de 2007, depois da publicação deste estudo. Atualmente as pessoas passam ainda mais horas focados nestes aparelhos, que ficam a poucos centímetros do rosto. Isto pode alterar, em alguns pacientes, a capacidade dos olhos em focar objetos mais distantes. Não será surpreendente observar, em um futuro próximo, novos aumentos na incidência de miopia, não só na população economicamente ativa, mas também entre os jovens.

Earl Smith, professor da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, afirma que “estamos em meio a uma epidemia global de miopia“. Segundo ele, estima-se que um terço das pessoas será míope até 2020, e que até 2050 este problema acometerá metade da população mundial. 

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Cyberbullying. Porque ofender à distância é ainda mais fácil.

Assim como os danos físicos, os problemas emocionais e psicológicos do vício em redes sociais e internet podem ser igualmente importantes. Crianças e jovens são alvos fáceis de cyberbullying, que pode envolver intimidação, assédio, opressão, manipulação, deboche, entre outros. Pesquisa feita pela Intel em 2015, indica que 21% das crianças e adolescentes entre 8 e 16 anos dizem já ter sido vítimas de cyberbullying. 66% afirmam ter presenciado casos de agressões nas mídias sociais.

Durante a infância e adolescência, a opinião dos outros a nosso respeito têm grande peso em na autoimagem, autoestima e autoconfiança. Ser vítima de cyberbullying gera um impacto enorme na formação da personalidade do jovem, mas muitos não comentam com os pais quando são vítimas deste tipo de bullying – por medo de represálias ou de serem forçados a reduzir o uso das redes sociais e da internet.

A psicóloga Liza Wajsbrot destaca que “a internet oferece a possibilidade de falar qualquer coisa sem um confronto direto, olho no olho. Ou, pior, manifestar-se publicamente de forma anônima. Isto dá ao agressor a sensação de segurança e torna muito difícil para a vítima de cyberbullying se defender. É uma situação muito delicada, cada vez mais comum, e que pode ter um efeito devastador na vida de qualquer pessoa – especialmente de um jovem”.

Brincar também é crescer

Atividades ao ar livre que antigamente divertiam as crianças, como jogar bola, soltar pipa, andar de bicicleta, não interessam mais. Hoje vemos crianças de 2, 3 anos, com domínio total das funções do celular/tablet, e seus pais, na retaguarda, vendo-os completamente isolados. Acham o máximo a inteligência e desenvoltura dos filhos, mas muitos não percebem o outro lado: de que a tecnologia priva essas crianças de serem crianças, de utilizarem a imaginação criativa em brincadeiras ou jogos; utilizarem o desenho e a pintura como formas de expressão do mundo lúdico, estimulando a linguagem, atenção, memória e coordenação motora. 

 

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“MEU mundo, como EU quero!”

Com a facilidade do acesso à tecnologia, o mundo de certa forma tornou-se muito personalizado, especialmente para adolescentes e jovens adultos. Ele não precisa mais, como em outras épocas, esperar que sua música favorita toque na rádio. Não precisa negociar com o irmão qual filme irão assistir na TV, nem esperar o horário exato para assistir ao filme desde o começo.

E até para namorar, basta deslizar o dedo na tela para indicar interesse em alguém e, com sorte, descobrir que aquela mesma pessoa tem interesse nele. Nada de “Vamos dançar?”, “Quer namorar comigo?” nem “Você vem sempre aqui?”.

Ainda que alguns desses avanços sejam positivos, podem dar ao jovem a falsa sensação de que o mundo está a seu dispor. Afinal, estamos nos acostumando a ter o que queremos, quando queremos, com o mínimo esforço.

Liza Wajsbrot observa que “este comportamento provoca isolamento social, falta de foco, prejuízos na educação escolar e falta de contato com o mundo real. Isto interfere no desenvolvimento emocional do jovem, e tem um preço alto a ser pago: eles têm déficit de relacionamento e grande dificuldade em se aproximar das pessoas. Tornaram-se mestres em tecnologia, mas inábeis nas relações”.

 

“Faça o que eu digo, mas…”

Com a variedade infinita de distrações a um clique de distância, para alguns tornou-se impossível manter o foco no trabalho e nos estudos. Por isso, não só os jovens, mas também adultos de todas as idades têm passado cada vez mais tempo conectados.

É importante que os pais acompanhem o que acontece na vida on-line dos filhos, que dialoguem bastante. Em alguns casos, pode ser recomendado o uso de programas que filtrem o que “pode” e o que “não pode” ser visto.

Uma boa dica é estimular que a navegação aconteça em ambientes onde todos circulem nas residências. E, claro, os pais devem ensinar desde cedo os filhos a nunca compartilhar senhas, fotos (sobretudo íntimas), endereços, mesmo com pessoas que pareçam estar acima de qualquer suspeita.

Não adianta, porém, os pais exigirem que os filhos passem mais tempo brincando, lendo ou fazendo atividades offline, se eles próprios não valorizam essas atividades e passam o dia todo com o celular na mão. O exemplo de equilíbrio e bom uso da tecnologia deve vir, sobretudo, dos adultos.

A questão não é proibir o acesso à internet, mas oferecer ao jovem alternativas no “mundo real” que sejam interessantes e motivadoras. Conviver com ele de perto, saber do que ele gosta e compartilhar dos seus interesses é uma ótima forma de encurtar essas distâncias, nutrir conversas e gerar proximidade com o seu filho.

Vícios em redes sociais e internet. Quando buscar ajuda?

Se você considera que as redes sociais, jogos ou outras atividades on-line estão ocupando tanto tempo na sua vida (ou na de alguém que você conhece), a ponto de afetar não só a capacidade, mas também a vontade em fazer outras coisas, é preciso ficar alerta!

Pessoas com este quadro normalmente têm sintomas de ansiedade, depressão, pânico, fobia social, entre outras condições muito importantes, para as quais a ajuda de um profissional da psicologia pode ser de grande ajuda.

Não é difícil perceber onde está o limite do razoável. Em nossa lista acima, com 10 sinais de vício em redes sociais e internet, é possível que você tenha se identificado com um ou mais deles. Isoladamente, não representam um problema. Mas, somados, podem ser um indício de que é hora de buscar ajuda.

A internet é uma fonte inesgotável de conhecimento e informação, e representa um grande avanço na história recente da humanidade. Aprendermos quais são os limites do uso consciente destas tecnologias para o nosso próprio bem-estar é a diferença entre aproveitar-se dela para seu crescimento, ou transformá-la em um entrave para a própria vida.

Porque, assim como dormir, beber, comer, namorar, o ato de navegar em si não é errado. O mal está no excesso – para todas essas coisas, inclusive para a internet.

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Conheça os profissionais que participaram deste artigo:
Liza Wajsbrot, Psicóloga - Cerqueira César, São Paulo (SP)

Psicóloga – CRP 06/64.182 | Cerqueira César, São Paulo – SP

Psicóloga formada há 20 anos pra Universidade Mackenzie, com 18 anos de atuação em clínica.

Atendimento a adultos, adolescentes, crianças e terceira idade, no acompanhamento de:
– Transtornos de ansiedade
– Depressão
– Stress pós traumático
– Orientação profissional

Realização de Processos Avaliativos de Personalidade e Testes Psicológicos.

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