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Dislexia tem cura? Como superá-la, um passo por vez

26/04/2018 | Fonoaudiologia, Psicologia

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A Dislexia é um transtorno de aprendizagem que gera dificuldade no reconhecimento e na fluência da linguagem, envolvendo o mecanismo da leitura e da expressão escrita e numeral. Entender o impacto que a Dislexia tem na vida de uma pessoa é o primeiro passo para ajudar quem tem o problema e definir estratégias eficazes para diminuir a dificuldade.

A Dislexia do Desenvolvimento tem origem neurobiológica, mas não é uma doença. Também não é falta de atenção, de inteligência ou preguiça.

É, na verdade, um transtorno da aprendizagem e do desenvolvimento da linguagem, envolvendo a leitura e escrita, afetando a fluência e a capacidade de compreensão de um texto. Existem diferentes graus de gravidade do distúrbio, que são mais facilmente percebidos na fase da alfabetização.

Como seria sua leitura, se você tivesse dislexia?

Clicando na imagem abaixo você poderá ver em segundos – de forma simulada, claro – como é a experiência de leitura de uma pessoa com dislexia. Você verá que ela nada tem a ver com inteligência e entederá o tamanho do desafio que ela pode representar. 

“Difícil, mas não intransponível”

Segundo a neuropsicóloga Ângela Guzzi, parceira do portal Nossos Psicólogos, “a Dislexia pode ser considerada um obstáculo difícil, mas em hipótese alguma é uma barreira intransponível.”

Ela destaca que conhecimento e informação são muito importantes para que se conheça os sinais que ajudam na detecção do transtorno. “Uma vez detectada a dislexia, deve-se buscar ajuda tanto emocional, oferecendo apoio e encorajamento, como a busca por ferramentas de aprendizado e de acesso a técnicas didáticas mais adequadas, que ajudem na superação do comprometimento, mantendo-se o respeito aos limites individuais de cada paciente.”

Não existem conclusões totalmente definitivas sobre as causas da dislexia, embora os principais estudos da aceitem a teoria de uma origem genética. Oficialmente, porém, ainda se considera a dislexia um distúrbio sem causa completamente conhecida.

“Apesar da dislexia não ter cura, ela tem tratamento. A prática de estratégias de aprendizagem em que o paciente desenvolva suas próprias ferramentas para lidar com as dificuldades, é a principal delas”, aponta Ângela Guzzi.

Segundo ela, a Dislexia é um transtorno neurobiológico, que requer um diagnóstico diferencial: neuropsicológico, fonoaudiológico, psicopedagógico, etc. e o tratamento é realizado por um time de profissionais, composto por psicólogo, fonoaudiólogo, além do acompanhamento de um neurologista e de um pedagogo durante toda a fase escolar.

“Apesar da dislexia não ter cura, ela tem tratamento. A prática de estratégias de aprendizagem em que o paciente desenvolva suas próprias ferramentas para lidar com as dificuldades, é a principal delas.”
Ângela Guzzi

Neuropsicóloga - CRP 06/33.037

Quais são os sintomas da Dislexia?

Os portadores de dislexia geralmente têm dificuldade para ler, escrever e soletrar.

Os primeiros sinais e sintomas costumam aparecer na fase de alfabetização, podendo ocorrer trocas de letras com formas ou sons parecidos, como “b” e “d”, que são visualmente parecidas, e “f” e “v”, que se diferenciam apenas pela sonoridade.

Além da dificuldade de correlacionar o fonema às letras, os disléxicos apresentam dificuldades em respeitar as linhas do caderno e podem também escrever palavras espelhadas, ou seja, na ordem inversa. “Vovó”, por exemplo, pode virar “ovóv”. Eles podem errar a escrita, mesmo quando copiam de algum lugar.

A Dislexia atinge de 0,5% a 17% da população mundial e, de acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, pode se manifestar tanto em crianças (de qualquer sexo) quanto em adultos, o que significa que pode persistir na vida adulta. Como parece haver relação da dislexia com causas genéticas, é comum que essas crianças tenham irmãos, mãe, pai, tios, avós e outros parentes que também sejam disléxicos.

Dislexia não é desatenção nem falta de inteligência!

É um erro achar que portadores de dislexia são menos inteligentes do que outras pessoas. Muito pelo contrário, alguns apresentam um grau de inteligência normal ou até superior ao da maioria das pessoas. Outro erro é encarar a dificuldade como motivo de constrangimento ou vergonha.

Leonardo da Vinci, Albert Einstein, Agatha Christie, Keanu Reeves, Steve Jobs e Tom Cruise (todos acima) são disléxicos. Além deles, Vincent Van Gogh, Pablo Picasso, Walt Disney, Steven Spielberg, Will Smith, Thomas Edison, entre outros, tornaram-se extremamente bem-sucedidos, mesmo tendo a dislexia como desafio.

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Meu filho tem dislexia?

Os critérios para avaliar a dislexia variam conforme a idade. Embora o diagnóstico definitivo deva ser feito por um profissional, existem alguns sinais que você pode observar e que são indícios de que seu filho pode ser disléxico.

Até 6 anos

1. Seu filho demora muito para aprender novas palavras e as pronuncia de forma incorreta?

2. Seu filho acha muito difícil memorizar pequenas músicas e rimas infantis?

3. Ele fala como um bebê, mesmo você corrigindo-o?

4. Não consegue reconhecer as letras do próprio nome?

5. Seu filho tem dificuldades na organização sequencial, como por exemplo, esquece os dias da semana, os números, as letras do alfabeto, os meses do ano, entre outros?

Até 8 anos

1. Seu filho demora para ler ou escrever, mas não para falar?

2. Ele comete erros de escrita constantes quando escreve ou soletra as palavras, como trocas, omissões e junções de fonemas?

3. Seu filho comete erros de leitura que demonstram uma dificuldade em relacionar letras e seus sons, além de ter letra “feia”?

4. Tem dificuldade em ler palavras simples e monossilábicas, tais como “rei” ou “bom”?

5. Tem dificuldade em organizar-se com as horas, com o antes e o depois, em cima com em baixo, com a direção (direita e esquerda)?

Até 12 anos

1. Seu filho não consegue terminar as provas de sala de aula?

2. Ele comete erros ao pronunciar palavras com muitas sílabas, ou omite parte delas?

3. Com frequência seu filho escreve de forma confusa e com muitos erros de ortografia?

4. Seu filho confunde palavras de sonoridade semelhante?

5. Ele tem dificuldade em memorizar números de telefone, datas importantes e até mesmo nomes?

Mais de 12 anos:

1. Comete erros na pronúncia de palavras com muitas sílabas ou mais complexas?

2. O nível de leitura do seu filho está abaixo da maioria dos colegas da escola e ele evita ler em voz alta?

3. Seu filho inverte a ordem das sílabas em uma palavra, inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever?

4. Ele apresenta muita dificuldade em aprender línguas estrangeiras?

5. Tem muita dificuldade na resolução de problemas de matemática que tenham uma leitura no enunciado?

Cada vitória conta!

A neuropsicóloga Ângela Guzzi destaca a importância do apoio ao paciente, não só em relação à dislexia, mas também no bem-estar emocional e na construção de uma autoimagem positiva. Segundo ela, “o objetivo é que o paciente não se sinta menor, nem questione sua inteligência. É fundamental fazê-lo perceber seus diferentes talentos e aptidões em outras áreas, enquanto se estimula seu objetivo pessoal de lidar com a dificuldade específica relacionada à linguagem escrita”.

Segundo ela, a frustração e a ansiedade decorrentes da dislexia podem tornar a pessoa mais propensa a desenvolver transtornos de humor e ansiedade. “Por isso, o apoio da família e o destaque para os progressos devem ser bem destacados, para construir a autoconfiança e o senso de realização destes pacientes. Ele precisa entender que, com esforço, atenção e adesão ao tratamento, ele pode obter sucesso no que desejar, mesmo com a dislexia”, continua a neuropsicóloga.

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Quando é hora de buscar um profissional?

A dislexia não tem cura nem medicamento específico, mas existem tratamentos que trabalham as potencialidades de cada um individualmente, com o objetivo de criar um melhor convívio com o quadro e diminuir as dificuldades.

Para que se obtenha um diagnóstico, a análise deve ser feita por profissionais, e o tratamento envolve neurologistas, psicólogos e fonoaudiólogos.

A neuropsicóloga Ângela Guzzi destaca que “a intervenção feita já na infância – fase que as habilidades estão em desenvolvimento – permite ajudar a reduzir os déficits cognitivos e compensar ou amenizar as dificuldades geradas pela dislexia, melhorando o desempenho do pacientes nas atividades sociais e escolares.”

A melhor idade para o diagnóstico é por volta dos 8 anos, quando as crianças já estão alfabetizadas e torna-se visível a dificuldade com a leitura, dispersão, troca de fonemas, etc. Antes disso qualquer conclusão pode ser precipitada, já que faltam elementos para um diagnóstico.

Mmesmo crianças mais jovens, com uma observação cuidadosa de seus comportamentos, já podem ser enquadradas em quadro de “risco potencial”, que requer atenção e, possivelmente, tratamento futuro.

O fonoaudiólogo ajuda o paciente a criar as ferramentas para lidar com sua dificuldade, usando técnicas, e criando seus próprios caminhos pessoais de aprendizagem, que o ajudem a diminuir o impacto da dislexia em sua vida. Uma vez tendo criado esses “caminhos”, é notável como muitos pacientes veem progressos no seu desempenho escolar, profissional, e nas questões ligadas à autoimagem e autoconfiança.

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No Nossos Psicólogos você encontra neuropsicólogos e fonoaudiólogos prontos para ajudar a fazer da Dislexia um obstáculo a ser respeitado, mas não temido. Se dominar a linguagem é fundamental para a capacidade de comunicação, tratar a dislexia significa melhorar a capacidade de se relacionar com o mundo e com as pessoas. É uma questão de dar os passos, um por vez; e não esquecer de comemorar as vitórias – são várias – pelo caminho.

Conheça os profissionais que participaram deste artigo:
Ângela Guzzi, Psicóloga - Brooklin Paulista, São Paulo (SP)
Psicóloga – CRP 06/33.037 | Brooklin Paulista, São Paulo – SP
Psicóloga especializada em psicoterapia analítica (Jung).
Atua há 30 anos na área clínica tendo como foco de trabalho o desenvolvimento humano, os diversos transtornos emocionais, distúrbios de comportamento e demais patologias. Atendimento à crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Especializada em Depressão, Ansiedade, Fobia Social, problemas relacionados a autoestima e outras desordens emocionais.
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Todas as informações aqui apresentadas têm objetivo meramente informativo, não pretendendo, em tempo algum, substituir as orientações e diagnósticos de profissionais da saúde, ou servir como indicação para qualquer tipo de tratamento. Somente o profissional da saúde poderá indicar, iniciar, alterar ou interromper tratamentos. NUNCA tome medicamentos sem orientação médica. Para mais informações, acesse nossos Termos de Uso e Política de Privacidade.