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Relação Abusiva: 30 sinais de que você pode estar em uma

26/02/2018 | Psicologia

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Se você está com alguém que só aponta os seus defeitos, te critica o tempo todo, diz que se envergonha do seu jeito de ser e de tudo o que você faz, existe uma enorme chance de que esteja vivendo uma relação abusiva.

Quando a pessoa que diz nos amar insiste em nos humilhar e nos desqualificar, é muito provável que ela seja uma pessoa perversa, tóxica e abusiva. O convívio com ela pode nos levar a cometer um grande erro: acreditarmos realmente nessa nossa “insuficiência”. É preciso aprender a reconhecer o abuso, e preservar-se!

A relação abusiva caracteriza-se pelo excesso de poder, controle e manipulação de um parceiro sobre o outro. Esse comportamento costuma começar de forma discreta e sutil, mas, com o tempo, cresce, tornar-se frequente, ocupa espaço na relação e desequilibra completamente a convivência, causando muito sofrimento e mal-estar.

“Mas meu companheiro não me bate, ele só me xinga…”

Quando se trata de relacionamento abusivo, a primeira imagem que nos vem à cabeça é a de uma relação que envolve violência física, abuso e agressão, e que, quase sempre, nos remete a um contexto de abuso sexual, exploração e comportamento distorcido invasivo.

É muito importante desfazer o mito de que a relação abusiva envolve necessariamente a prática de atos de violência, agressões físicas ou estupros. A violência psicológica ou moral é tão grave quanto a violência física. E muitos homens também são vítimas de relacionamentos abusivos. Vítimas são vítimas, independente do gênero. Homens e mulheres podem oprimir ou serem oprimidos pelos parceiros.

30 Sinais de que você pode estar em uma relação abusiva

Existem alguns sinais importantes que definem um relacionamento como abusivo, e é fundamental que quem desconfia estar sendo vítima disto, conte com o apoio psicológico e, às vezes, até da polícia e da Justiça. A psicóloga Fernanda Siqueira Steinecke Posselt, que atua na região do Morumbi, em São Paulo, ressalta que “muitas vítimas não conseguem entender o que está se passando com elas, não veem a dinâmica perversa da relação, e por isso não conseguem sair dela.”

Segundo ela, uma boa dica é estar atento aos excessos em relação ao controle: possessividade, ciúmes, violência, agressividade, e perceber se estas ações têm causado desconforto, medo e mal-estar.

Veja abaixo uma lista com alguns comportamentos abusivos, para que você analise se os reconhece, ou não. Embora a presença isolada de um desses comportamentos não seja indicação suficiente de abuso, eles são pistas importantes sobre como caminha sua relação.

Esta avaliação é íntima e pode ajudá-lo(a) bastante. Não invente desculpas para você mesmo, como “mas isto só ocorreu 2 vezes”, ou “aquele dia não valeu, meu companheiro estava de cabeça quente, teve um dia ruim no trabalho”, etc.

Você pode estar em uma relação abusiva se o seu companheiro(a):

1. Tem falta de constância, oras sendo muito bom, como promessas e carinho e, no momento seguinte, sendo muito ruim, criando sempre um ciclo vicioso de expectativa e insegurança.

2. Te humilha e constrange na frente dos amigos e da família.

3. Evita que você fique perto dos amigos e da família. Te força a se distanciar de qualquer pessoa que possa te dar apoio.

4. Minimiza suas conquistas e nunca te incentiva a conquistar seus sonhos.

5. Atribui a você os defeitos e maus comportamentos dele. Diz que você é mentiroso, manipulador, promíscuo, agressivo, e tudo o que na verdade, ele acha dele mesmo.

6. Faz com que você se sinta incapaz de tomar decisões.

7. Te pressiona sexualmente.

8. Interfere excessivamente em suas roupas, sapatos, penteado, maquiagem.

9. Tira seus próprios objetos de você ou controla o uso que você faz deles.

10. Se diz superior a você por ter uma posição social ou econômica mais privilegiada que a sua.

11. Diz que você não é nada, nem ninguém, sem ele.

12. Te trata de maneira grosseira, te agarrando, empurrando ou até agredindo.

13. Não faz uma coisa que sabe que você gosta, para que você precise “implorar” pelo que quer (ex.: faz questão de deixar a TV ligada com volume alto de madrugada, justamente porque sabe que você não consegue dormir com o barulho).

14. Comete traição e inventa desculpas e mentiras para encobri-las.

15. Controla sua vida com aparições surpresa.

16. Tem um padrão de grandiosidade, é narcisista, egocêntrico e tem necessidade de ser admirado.

17. Usa as drogas e o álcool como desculpa para comportamentos abusivos.

18. Te explora financeiramente, dizendo que está “sem condições”.

19. Faz ameaças se você fala em sair do relacionamento.

20. Manipula uma dinâmica de ameaças e punições para te “ensinar lições”, por trás de uma aparência fragilizada e de vítima.

21. É mestre em “jogos sem vitória”, apresentando com frequência 2 opções ruins, nas quais você sempre sai perdendo. (Ex.: sabendo que você gostaria de ficar em casa, porque está com forte dor de cabeça, seu parceiro(a) te dá apenas duas opções: ir à “balada” ou ao “barzinho com a galera”).

22. Te trata como objeto. Te mantém a disposição ou te descarta, de acordo com as necessidades dele(a).

23. É manipulador e mentiroso patológico.

24. Tem constantes explosões verbais, físicas ou emocionais, sempre desproporcionais à situação real. Chega, inclusive, a descontar a agressividade socando paredes, batendo portas ou quebrando objetos.

25. Vive testando seus conhecimentos com o objetivo de te diminuir.

26. Passa horas te ignorando, no mais absoluto silêncio, com caráter punitivo e injustificado, e, se questionado do motivo, a resposta é sempre algo como “Você sabe muito bem porque eu estou assim.” – mesmo que você não tenha ideia do que ele(a) está falando.

27. Simula nunca entender o que você diz, afirma que você está sempre errado(a) ou que você está delirando.

28. Nunca te agrediu fisicamente, mas você fica com hematomas pelo corpo, pois ele costuma “te acalmar”, segurando firme nos seus braços ou te “abraçando” com força.

29. Diz coisas do tipo “Nunca ninguém vai querer você. Você tem muita sorte de me ter ao seu lado”.

30. Faz você sentir que você mereceu receber uma agressão (mesmo que não haja violência física).

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Tipos de violência praticadas em um relacionamento abusivo

É fundamental entender que violência é muito mais do que agressão física, e que tantos homens quanto mulheres podem ser o agressor ou a vítima.

1. Violência Física

Quando há lesão ou ferimento, ou seja, agressão com tapas, socos, empurrões, chutes, puxões de cabelo, beliscões e golpes corporais de maneira geral.

2. Violência Psicológica

Quando há humilhação, insulto, frieza excessiva, ameaças (mesmo quando veladas), isolamento, atitudes com objetivo de despertar insegurança ou ciúme.

3. Violência Sexual

Quando a relação sexual não é desejada pelo outro, mas é conseguida por meio da força física ou de chantagens. Quando o agressor nega o uso de preservativo (mesmo esta sendo uma exigência sua), e até mesmo quando o ato sexual é vinculado a algum “benefício” ou “promessa”.

4. Violência Moral

Quando inclui difamação e calúnia, sempre com o intuito de destruir a reputação do outro.

5. Violência contra o patrimônio

Quando há destruição ou dilapidação do patrimônio, controle financeiro do parceiro, tornando-o dependente financeiramente, ou quando há ocultação dos seus próprios bens.

Quem está mais propenso a viver uma relação abusiva?

Fernanda Posselt destaca que “os indivíduos subjugados nas relações abusivas normalmente são os que têm baixa autoestima, falta de confiança em si próprios, medo de reprovação social.”

Segundo ela, essas pessoas muitas vezes não reconhecem o seu potencial, não se auto valorizam e acabam se tornando mais sugestionáveis e manipuláveis. “Já os indivíduos manipuladores”, continua ela, “normalmente são pessoas que associam a dominação a uma condição de poder e bem-estar social – mas que pode buscar esta sensação de poder justamente para encobrir suas próprias fraquezas e inseguranças”.

Numa relação abusiva muitas pessoas têm a ideia de que o problema está em apenas um dos parceiros. Mas é importante ter-se em mente que, na verdade, nestas relações ocorre um tipo de cumplicidade disfuncional, em que ambos os lados precisam de ajuda.

Por isso a terapia individual é tão importante: com ela, o paciente busca o autoconhecimento necessário para entender e sair desta situação”.

“Na relação abusiva, o parceiro opressor busca a sensação de poder justamente para tentar encobrir suas próprias inseguranças.”

Fernanda Siqueira Steinecke Posselt

Psicóloga - CRP: 06/83.555 - SP

“Você está completamente louca!”

“Você está delirando! Eu nunca falei isso!”
“Cuidado, você está cada vez mais desequilibrada(o)!”
“Deixe de ser louca! Isso é coisa da sua cabeça!”

Se você já ouviu frases assim, fique atenta: elas podem fazer parte de um quadro de manipulação emocional chamado “gaslighting“, típico de algumas relações abusivas. Gaslighting é uma forma de abuso psicológico no qual uma das pessoas distorce, inventa ou omite informações, fazendo com que a vítima perca a habilidade de confiar em suas próprias percepções, duvidando da sua memória e sanidade.

Com isto, ela passa a necessitar que seu pensamento seja confirmado pelo outro. Ela não se responsabiliza mais pela própria realidade. Desta forma o opressor é favorecido, aumentando ainda mais seu controle sobre a vítima e fazendo com que ela se sinta dependente daquela relação abusiva.

Cena do filme Gas Light (“À Meia Luz”, em português), de 1944, com 7 indicações ao Oscar.

O termo surgiu em função do título de uma peça de teatro, chamada Gas Light, escrita em 1938 pelo dramaturgo britânico Patrick Hamilton, e que virou filme em 1944. Nela, um marido tenta enlouquecer sua mulher diminuindo todas as luzes (que funcionavam a gás) da sua casa, e negando qualquer mudança na luminosidade do ambiente, quando questionado pela esposa.

A psicóloga Fernanda Posselt comenta que esta é “uma forma terrível de abuso emocional, que faz a vítima questionar sua própria sanidade – o que dá um enorme prazer e controle ao parceiro abusivo”.

Campanha #NãoéAmorQuando

O Governo Federal, em parceria com os Governos de Estados e a Polícia Civil, criou em junho de 2017 a campanha #NãoéAmorQuando, divulgada nas redes sociais, destacando comportamentos que indicam que você pode estar vivendo um relacionamento abusivo. Foram criados banners levando mensagens com o objetivo de ajudar as pessoas a identificarem os sinais de abuso e fazendo um alerta para a importância da denúncia, visto que muitas das vezes, as vítimas dos relacionamentos abusivos sofrem caladas, por medo ou por não saberem seus direitos.

Imagens da Campanha #NãoÉAmorQuando, iniciada em 2017.

Qualquer pessoa que precise de informações ou queira fazer denúncia de um relacionamento abusivo pode ligar de forma gratuita e anônima para o Ligue 180. O serviço funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, inclusive aos feriados.

O Ligue 180 também pode ser acionado de 16 países com os quais o Brasil mantém convênio, para atender brasileiras que vivem no exterior. Em 2016, o Ligue 180 realizou mais de um milhão de atendimentos, 51% a mais do em 2015. Do total, 12,3% das denúncias relataram violência, sendo a física em primeiro lugar (50,70%), seguida da violência psicológica (31,80%).

Como sair de uma relação abusiva?

Sair de uma relação abusiva pode ser um desafio maior do que se imagina. “É uma situação muito complicada, porque existe um adoecer psíquico em ambos os lados. Normalmente, a vítima torna-se codependente de seu abusador”, destaca Fernanda Posselt. A vítima nutre a esperança de que algo irá mudar, tem medo do abandono e da falta dos bons momentos (que, muitas vezes, só existem na cabeça dela própria).

Desfazer todo este nó psíquico adoecido e solidificado no tempo não é tarefa simples. Mas é possível. Pode ser difícil e doloroso, mas se você reconheceu que está vivendo uma relação abusiva, você já deu o primeiro passo. Procurar ajuda para repensar a própria vida e as escolhas, pode dar início à mudança necessária.

Independente de quais sejam as possíveis justificativas ou promessas de mudança, quem abusa não ama de forma saudável. Uma conversa com alguém de fora desta relação pode ser o primeiro passo para fazer a vítima entender que precisa lutar por si mesma neste momento, e não para consertar uma relação que pode estar fadada a terminar. Uma relação abusiva não é só uma má fase, não é algo que costuma passar com o tempo.

Acostumar-se a uma relação abusiva é aceitar o desrespeito a direitos fundamentais de todo ser humano. É adormecer a própria dignidade e autoestima. É rasgar o direito de tentar ser feliz.

No portal Nossos Psicólogos você encontra psicólogos prontos para ajudar nesta caminhada. A psicóloga Fernanda Posselt conclui: “A psicoterapia é fundamental para que a pessoa retome as rédeas da própria vida, repense suas fraquezas, seus sonhos, suas necessidades, e entenda que ela não depende daquela relação para sentir-se plena e feliz”.

Participaram desta matéria:
Fernanda Siqueira Steinecke Posselt, Psicóloga - Morumbi, São Paulo (SP)
Psicóloga – CRP 06/83.555 | Morumbi, São Paulo – SP
• Graduada em Psicologia (Universidade Presbiteriana Mackenzie – 2005) • Especialização em psicodrama (Instituto Sepes Sapientiae – 2011) • Formação em Self Coaching (Instituto Brasileiro de Coaching – 2017) Abordagem Psicanalítica, psicoterapia breve, coaching de vida e psicodrama. Constelação Familiar, Psicologia Organizacional Realiza palestras, oficinas e treinamentos
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